Lista de sugestões de filmes interessantes. Cada postagem traz foto, breve sinopse, censura, diretor, distribuidora, elenco, responsáveis pelo roteiro, musica e fotografia. Com o eterno deslumbramento de fã apaixonada, By Star Filmes acredita que o cinema emociona, ensina e é a melhor diversão.

sábado, 28 de julho de 2012

Tão Forte e Tão Perto

Extremely Loud & Incredibly Close * *
(2011) 129 min (10 anos)

E embora ele não dissesse uma palavra, pela primeira vez desde a morte do meu pai, senti que eu tinha alguém com quem falar

EUA, Manhattan - Em 11 de setembro de 2001, o menino Oskar Schell perdeu o melhor pai do mundo e não conseguiu desabafar sua tristeza com a mãe e a avó. Thomas Schell sonhara ser cientista, mas tornou-se joalheiro para sustentar a família. Marido amoroso e pai companheiro, chegava em casa perguntando: "- O que vocês estão fazendo?". O joalheiro propunha constantes desafios ao filho de 11 anos, criando expedições exploratórias pela cidade de Nova Iorque, o que obrigava Oskar a falar com as pessoas, melhorando sua interação. Possível portador da síndrome de Asperger, o guri era inteligente, concentrado, mas tinha dificuldade de socialização.

Conta-nos Oskar que, se o sol explodisse, só saberíamos 8 minutos depois, que é o tempo que sua luz leva para chegar até nós. O menino precisa elaborar a perda do pai, deixar de torturar-se alimentando lembranças. Mas antes necessita manter viva sua memória ainda por um instante, tentando encontrar um sentido para o que lhe aconteceu. O guri vagueia entre os pertences de Thomas em busca de sua câmera. Tateando a prateleira do armário, Oskar encontra um vaso azul e, dentro dele, um pequeno envelope amarelo com uma chave. A que fechadura pertence? Na frente do envelope está escrito "black". Convencido de que seja um sobrenome, pesquisa na lista telefônica e encontra 472 Blacks, habitando 216 domícílios na cidade. Considerando que o ano tem 52 semanas, seriam necessários 3 anos para visitar todos eles nos fins-de-semana e resolver o mistério. 

Os 6 minutos que o herdeiro dos Schell inicialmente pensava dedicar a cada Black multiplicaram-se, pois todos tinham uma história a contar sobre suas próprias perdas. Com a ajuda do idoso "Inquilino" da avó, Oskar amplia o seu mundo no contato com esses desconhecidos.

A emoção que senti ao ver ruirem as torres do World Trade Center permanece comigo ainda hoje. As lágrimas jorram fáceis diante das imagens daquela "pior manhã", sejam elas reais ou cenário para uma história fictícia. Prepare o seu coração antes de assistir Tão Forte e Tão Perto, sabendo que a presença calorosa de Tom Hanks e a simpatia de Sandra Bullock conferem leveza ao drama. Viola Davis como Abby Black, a primeira a ser visitada por Oskar, e o impressionante "Inquilino" mudo de Max Von Sidow (a Morte em O Sétimo Selo), se alinham com o estreante Thomas Horn na responsabilidade pelo lado dramático da ação. O jovem Thomas (Oskar Schell) estreou no cinema em boa companhia! Parte técnica impecável, com destaque para a melancólica trilha sonora de Alexander Desplat e bela fotografia. Daria uma nota DEZ ao filme se não perdesse um pouco o ritmo depois dos primeiros minutos, que ele recupera com a presença do misterioso Inquilino.

Diretor: Stephen Daldry (O Leitor, As Horas, Billy Elliot)
Roteiro: Eric Roth, baseado no livro de Jonathan Safran Foer
Musica: Alexandre Desplat
Fotografia: Chris Menges (O Leitor, Notas sobre um Escândalo, Coisas Belas e Sujas, O Lutador, A Missão)
Elenco: Thomas Horn, Tom Hanks, Sandra Bullock, Viola Davis, Max von Sydow, John Goodman, Jeffrey Wright, Bernadette Drayton, Chloe Roe, James Gandolfini (uncredited)
Distribuidora: Warner

segunda-feira, 23 de julho de 2012

O Lavador de Almas

Pierrepoint *
(2005) 95 min (14 anos)
O fruto da minha experiência deixou um gosto amargo.
A pena capital, no meu ponto de vista, obtinha nada mais do que vingança 
(Pierrepoint, 1974)

Inglaterra - Marido amável. Cidadão Respeitado. Assassino por Lei. Assim Albert Pierrepoint (1905-1992) é descrito na propaganda do filme. Filho e sobrinho de executores oficiais do governo britânico, Albert seguiu-lhes o exemplo. Seu trabalho declarado era dirigir o caminhão de entregas de uma grande mercearia. Sigilosamente, ele enforcou mais de 435 assassinos condenados. Pierrepoint respeitava os prisioneiros e desenvolveu uma técnica eficiente para minorar seu sofrimento: não dar tempo para que refletissem e colocar a corda de forma a quebrar a espinha entre a segunda e a terceira vértebra. Assim a vítima não sentiria nada. Ao carrasco não interessavam os delitos dos criminosos, apenas sua altura, peso e condições físicas, pois acreditava que, ao perder a vida, pagavam sua dívida com a sociedade.

Escondendo de todos seu cargo de executor, em 1943 Albert casou-se com Annie Fletcher, balconista de uma loja próxima à mercearia onde trabalhava. Posteriormente a esposa descobriu a atividade secreta do marido, consultando o caderno de capa negra onde ele registrava o nome de cada prisioneiro, além do lugar, data, comprimento da corda e duração das execuções. Mas a discreta Annie nada comentou.

Conhecido em seu meio pela competência e humanidade no tratamento dos condenados à morte, em 1945 Pierrepoint foi escolhido pelo general Bernard Law Montgomery para executar vários prisioneiros nazistas na Áustria e Alemanha. A partir deste momento a identidade do carrasco foi revelada, tornando cada vez mais penosa essa atividade paralela, que ele manteve até que o destino lhe reservou uma surpresa. Esta parte da história parece inventada, mas foi real.

O verdadeiro Pierrepoint
Um bom camarada, que apreciava descontrair-se bebendo umas cervejas no bar depois do trabalho, Albert formava uma dupla com um colega local. No filme, "Tish e Tosh" distraíam os clientes do pub se apresentando e cantando "Makin' Whoopee", de Walter Donaldson e Gus Khan.  "O Lavador de Almas" inspira-se nos fatos da vida do executor britânico mas parece que tomou algumas liberdades com a realidade, em benefício do espetáculo. O que marca e inspira no filme é a capacidade do personagem de olhar os condenados como seres humanos, sem qualquer julgamento ou rancor. Em seu último momento cada um foi tratado com a humanidade e respeito devidos a toda pessoa. Ótimo elenco, com desempenhos notáveis dos protagonistas Timothy Spall e Juliet Stevenson - como o casal Pierrepoint - e Eddie Marsan como Tish. 

Diretor: Adrian Shergold
Roteiro: Bob Mills, Jeff Pope
Musica: Martin Phipps
Fotografia: Danny Cohen
Elenco: Timothy Spall, Juliet Stevenson, Eddie Marsan, Claire Keelan, Maggie Ollerenshaw, Clive Francis, Cavan Clerkin
Distribuidora: Imagem Filmes

quarta-feira, 18 de julho de 2012

As Mulheres do Sexto Andar

Les Femmes du 6ième Étage * *
(2010) 106 min (12 anos)

França, 1962 - Suzanne e Jean-Louis Joubert moram num prédio de classe média alta em Paris. Os dois filhos do casal estudam num colégio interno, como o próprio pai fez quando era menino. Jean-Louis dirige uma firma de investimentos, enquanto Suzanne frequenta galerias de arte, joga com as amigas e vai a eventos de caridade. O trabalho de casa é executado por Germaine, a velha babá da família, que dorme no 6º andar do prédio entre as domésticas espanholas. Os Jouberts levam uma vida acomodada e egocêntrica, sentindo-se ambos entediados pela rotina sem desafios, até que a eficiente Maria Gonzalez vem substituir a antiga empregada bretã. 

Depois de mostrar que conhece o serviço, a jovem vai ganhando a confiança de Suzanne. Mas é Jean-Louis quem se deslumbra com a cultura vibrante e a amizade que descobre entre as espanholas do 6º andar. Na companhia desta comunidade trabalhadeira e alegre, o empresário vai se tornando uma pessoa melhor, mais interessada e interessante.

Uma filminho gostoso, especialmente quando retrata as confraternizações das mulheres do 6º andar. As espanholas esbanjam calor humano e dançam ao som de "Itsy Bitsy Petit Bikini", de Dalida. Para nós: "era um biquini de bolinha amarelinha, tão pequenininho, que na palma da mão se escondia..." Diversão garantida para mamães e vovós.

Curiosidade:
* O diretor-roteirista Philippe Le Guay inspirou-se na própria infância. Seu pai era um corretor, como Jean-Louis Joubert no filme, e ele mesmo teve uma empregada espanhola. (imdb)

rua Pires de Almeida, Laranjeiras, RJ
* Se esta história se passasse no Rio de Janeiro, o filme também poderia se chamar "As Mulheres do 6º Andar". Pois, em 1927, a Companhia Sul América construiu um conjunto habitacional em Laranjeiras para abrigar seus funcionários. Abriu-se então a rua Pires de Almeida, com 10 metros de largura e 280 de extensão, inspirada numa rua de Marselha, a mais antiga cidade francesa. Os empregados mais graduados da empresa ocupavam os quatro primeiros edifícios, onde estão os apartamentos maiores. No 6º andar destes prédios havia vários quartos que eram destinados às empregadas dos moradores, com banheiro comunitário no corredor. Hoje em dia, quando tantas famílias contam com diaristas, os quartos são disputados por locatários solteiros. 

Diretor: Philippe Le Guay
Roteiro: Philippe Le Guay, Jérôme Tonnerre
Musica: Jorge Arriagada
Fotografia: Jean-Claude Larrieu
Elenco: Fabrice Luchini, Sandrine Kiberlain, Natalia Verbeke, Carmen Maura, Lola Dueñas, Berta Ojea, Nuria Solé, Concha Galán, Audrey Fleurot, Annie Mercier, Michèle Gleizer
Distribuidora: Paramount

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Columbus Circle

Columbus Circle
(2012) 88 min (14 anos)

EUA - Uma senhora idosa acorda em seu apartamento em Manhattan no meio da noite. O quarto está escuro, uma brisa levanta suavemente as cortinas e ela torna a fechar os olhos, quando uma sombra bloqueia o pouco de claridade que entrava pelas janelas. Ela estende a mão em direção à mesinha de cabeceira para ligar o abajur. O fio da lâmpada é puxado da tomada e a luz se apaga. A intrépida idosa calça os chinelos e se põe de pé, mas o visitante noturno tem outras intenções. No dia seguinte, o detetive Frank Giardello, da polícia de Nova Iorque, começa as primeiras investigações sobre a morte da simpática moradora. 

Um outro mistério habita o mesmo andar da falecida. A vizinha em frente, Abigail Clayton, não sai de casa há 17 anos e só se comunica com o porteiro-chefe Klandermann através de mensagens escritas. O único contato da srta. Clayton fora do prédio é o médico Raymond Fontaine, um amigo de seus pais desde o tempo da faculdade. Interessada em manter sua privacidade, Abigail tenta comprar o apartamento agora vago, mas o casal Charles Stratford e Lillian se adianta e o aluga na sua frente. Mal se instalam, Abigail começa a escutar brigas violentas entre os dois e, então, a vida reclusa que ela tanto prezava termina para sempre.

Columbus Circle é um filme curioso. Semelhante a tantos outros thrillers, animado por uma trilha sonora que parece já ter sido ouvida antes, com alguns bons atores e um roteiro previsível, consegue prender a atenção e provocar suspense. Supérfluo mas distrai. Pedia uma pipoca. Gostei tanto da velhinha, procurei seu nome nos créditos e não encontrei. How unfair! Algumas informações interessantes sobre o roteiro do filme podem ser lidas no artigo de Margot Harrison para o Seven Days, "Vermont's Independent Voice".

Diretor: George Gallo
Roteiro: George Gallo & Kevin Pollak
Musica: Brian Tyler
Fotografia: Anastas N. Michos
Elenco: Selma Blair, Beau Bridges, Giovanni Ribisi, Jason Lee, Amy Smart, Kevin Pollak, Samm Levine
Distribuidora: Universal

sábado, 14 de julho de 2012

O Garoto da Bicicleta

Le Gamin au Vélo *
(2011) 87 min (14 anos)

Bélgica - Cyril Catoul foi deixado pelo pai num abrigo para menores. O acordo deveria ser provisório, mas o tempo passa e o progenitor não volta para buscar o garoto de 11 anos - que não desiste de encontrá-lo e à bicicleta perdida que ganhou dele. Os cuidadores da fazenda onde mora explicam-lhe a situação mas não conseguem evitar as repetidas fugas de Cyril. Numa dessas escapadas, o menino de camisa vermelha conhece Samantha, uma gentil cabeleireira que aceita tornar-se responsável por ele nos fins-de-semana. Juntos, Samantha e Cyril buscam o paradeiro de Guy Catoul. O menino está longe de imaginar o que possa ter acontecido com o pai. 

Não consegui evitar a elevada expectativa antes de assistir O Garoto da Bicicleta. Foram tantos os elogios! E é  realmente um bom filme, mas não estava preparada para a realidade de tantos atos repetidos de rebeldia e ingratidão. Que garotinho insuportável! Fui mimada por uma dose excessiva de filmes americanos, onde há um timing ideal para mudanças de comportamentos indesejáveis. Cyril ultrapassa esses limites e chega a parecer impossível redimi-lo, mas há que se louvar seu caráter infatigável e persistente. 

O Garoto da Bicicleta funciona como uma fábula sobre a busca ávida da figura paterna e nossas necessidades de aceitação e amor. Cécile de France está à vontade como a compreensiva cabeleireira que acolhe esse turbulento guri, o igualmente talentoso Thomas Doret. 

Diretores: Jean-Pierre e Luc Dardenne
Roteiro: Jean-Pierre e Luc Dardenne
Musica: concerto nº 5 de Beethoven 
Fotografia: Alain Marcoen
Elenco: Cécile de France, Thomas Doret, Jérémie Renier, Olivier Gourmet, Egon Di Mateo, Fabrizio Rongione
Distribuidora: Imovision

A Separação

A Separation * *
Jodaeiye Nader az Simin
(2011) 123 min (12 anos)

Irã (antiga Pérsia), Teerã - Casados há 14 anos, Simin e Nader comparecem frente ao juiz para decidir sobre seu divórcio. A esposa deseja mudar-se para algum país europeu, onde acredita que a filha de 11 anos terá mais oportunidades de desenvolvimento. O marido quer permanecer para cuidar do pai que sofre de Alzheimer. "Teu pai não te reconhece!", observa Simin. "Mas eu o conheço", responde Nader. Esse argumento leva o magistrado a encerrar a audiência. Inconformada, Simin decide sair de casa, para forçar uma solução. A filha única do casal, Termeh, embora goste da mãe, prefere ficar com o pai, pensando que assim facilitaria a reconciliação do casal. Então torna-se necessário contratar uma pessoa para cuidar do avô. Razieh, a mulher que se oferece para o trabalho, esconde do próprio esposo, Hodjat, que precisará atender um homem doente sem a presença da dona da casa. Hodjat está desempregado, tem um temperamento impulsivo e violento.

O pai de Nader não sabia o nome do filho, mas tinha um forte vínculo com Simin e se lembrava do nome dela. A partida da nora teve um efeito negativo nos hábitos do idoso. Deste momento em diante os fatos se precipitam e complicam a vida de todos os envolvidos. São pessoas decentes, com virtudes e defeitos, que se enredam numa teia de orgulhos e dissimulações, pois, para um persa, "perder a face" é insuportável. A narrativa apresenta as motivações de cada um de tal jeito que soa imparcial,  colocando-nos na posição de juízes nessa difícil tarefa de distribuir justiça.

Um filme forte, envolvente, que se desenvolve com engenhosa naturalidade graças a um roteiro e direção impecáveis, aliados a um bom elenco de profissionais. A Separação ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, além de outros 55 merecidos prêmios, mas eu surrupiei a terceira estrelinha (nota DEZ) por achar desnecessário o final em aberto. Será que fui muito severa? Wikipedia revela em detalhes a história toda. Ótimas críticas podem ser lidas nos blogs Moviola Digital, de Rafael Carvalho, e Raining Frogs, de Wanderley Teixeira.

Sarina Farhadi e Kimia Hosseini
Curiosidade:
* Sarina Farhadi, que interpreta Termeh, é filha do diretor Asghar Farhadi. Tanto Sarina quanto Kimia Hosseini, que interpreta Somayeh, a filha de Raziej e Hodjat, estão encantadoras e naturais em sua estréia no cinema.

* A filmagem foi interrompida por 10 dias pelo Ministério da Cultura e Orientação Islâmica do Irã, depois que Asghar Farhadi fez um discurso em apoio aos cineastas iranianos. Alguns diretores estavam sendo impedidos de filmar e Jafar Panahi (O Balão Branco) foi aprisionado.

Diretor: Asghar Farhadi
Roteiro: Asghar Farhadi
Musica: Sattar Oraki
Fotografia: Mahmoud Kalari
Elenco: Leila Hatami, Peyman Moadi, Sareh Bayat, Shahab Hosseini, Sarina Farhadi, Kimia Hosseini, Ali-Asghar Shahbazi, Merila Zare'i, Babak Karimi, Shirin Yazdanbakhsh
Distribuidora: Imovision

domingo, 8 de julho de 2012

À Toda Prova

Haywire
(2011) 93 min (14 anos)

EUA - Na paisagem gelada do norte do estado de Nova Iorque, Mallory Kane observa a fachada de um café de beira da estrada. A jovem apresenta mancha roxas na parte inferior do rosto. Entrando no café quase vazio, Mallory senta-se na última mesa, de costas para a parede e de frente para a porta. Serve-se de chá verde e espera. Perto da entrada, três jovens conversam despreocupadamente. Um carro escuro aproxima-se, um homem alto e forte salta e entra no café, dirigindo-se à mesa de Mallory. 

Ela se decepciona ao reconhecer Aaron. Ele pede um café, ambos trocam umas poucas frases antes de se atracarem aos socos e pontapés. Scott, um dos rapazes que conversava no local, levanta-se para ajudar Mallory. Os dois saem em disparada depois de imobilizar Aaron. Assim começa uma corrida pela sobrevivência e a busca da verdade por trás de uma traição.

O diferencial de À Toda Prova é a presença da atlética Gina Joy Carano, uma lutadora de MMA (Mixed Martial Arts), que interpreta a agente Mallory Kane. Gina empresta altas doses de adrenalina e intensidade a sua personagem. Seu "elenco de apoio", todo masculino, é espetacular, compensando um enredo pouco interessante. Em entrevista ao site Omelete, a lutadora revela que aceitou o papel depois de ter perdido uma luta para a brasileira Cristiane Santos. O filme diverte.

Curiosidade:
A voz de Gina Carano foi alterada digitalmente para acrescentar profundidade. 

Diretor: Steven Soderbergh
Roteiro: Lem Dobbs
Musica: David Holmes
Fotografia: Steven Soderbergh (como Peter Andrews)
Editor: Steven Soderbergh (como Mary Ann Bernard)
Elenco: Gina Carano, Ewan McGregor, Michael Fassbender, Antonio Banderas, Michael Douglas, Bill Paxton, Channing Tatum, Michael Angarano
Distribuidora: Imagem Filmes

sábado, 7 de julho de 2012

Sete Dias com Marilyn

My Week with Marilyn *
(2011) 99 min (12 anos)
Em 1956, no auge de sua carreira, Marilyn Monroe foi à Inglaterra fazer um filme com Sir Laurence Olivier. 
Lá ela conheceu um jovem chamado Colin Clark, que escreveu um diário sobre os bastidores da filmagem

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Inglaterra, 1956 - Nascido em Kent, no esplêndido castelo de SaltwoodColin Clark estava determinado a participar do mundo do cinema.  Aos 23 anos de idade, acabara de se formar em Oxford, quando decidiu que precisava realizar este sonho. Seu pai, o historiador de arte Kenneth Clark, era amigo de Laurence Olivier e Vivien Leigh. Durante uma festa na casa dos pais, Colin expressara ao ator o desejo de trabalhar com cinema e Viven pediu a Laurence que arranjasse uma ocupação para o educado jovem em seu próximo filme. 

Decidido a não deixar passar essa oportunidade, Clark dirigiu-se a Londres - Piccadilly nº 144 - sentou-se no sofá de couro negro da Laurence Olivier Productions e esperou alguns dias. Seu primeiro desafio foi encontrar o número do escritor, ator e compositor Noel Coward, que não constava na lista telefônica. A segunda, achar uma casa que pudesse receber Marilyn Monroe, que estava a caminho dos estúdios Pinewood para as filmagens de O Príncipe Encantado, dirigido e interpretado por Olivier. Clark saiu-se tão bem na tarefa que foi contratado como terceiro assistente do diretor. O que ninguém imaginou foi o papel que desempenharia durante as filmagens, acompanhando e confortando a estrela máxima de Hollywood.

Judi Dench e Sybil Thorndike
Baseado nos diários de Colin Clark, Sete Dias com Marilyn lembra a fascinação do público de todas as idades com "a mulher mais famosa do mundo", segundo presumível comentário da Rainha da Inglaterra ao Bibliotecário Real do Castelo de Windsor, tio de Colin Clark. O maior destaque do filme fica mesmo com Michelle Williams, que consegue retratar Marilyn Monroe com bastante vulnerabilidade e sedução. Imagino que, alguns anos atrás, engordando uns quilinhos, Naomi Watts teria feito uma bela versão de MM. Dame Judith Olivia Dench também brilha no filme, interpretando Agnes Sybil Thorndike (1882-1976), outra lady dos palcos que criou várias rainhas e viúvas imponentes, com igual categoria.

Diretor: Simon Curtis (Cranford)
Roteiro: Adrian Hodges, baseado nos diários de Clark: The Prince, the Showgirl and Me (1995) e My Week With Marilyn (2000)
Musica: Conrad Pope
Fotografia: Ben Smithard
Elenco: Michelle Williams, Kenneth Branagh, Eddie Redmayne, Judi Dench, Julia Ormond, Pip Torrens, Geraldine Somerville, Toby Jones, Miranda Raison, Dougray Scott, Dominic Cooper, Emma Watson, Zoë Wanamaker, Derek Jacobi, Richard Clifford, Michael Kitchen
Distribuidora: Swen Filmes

quinta-feira, 5 de julho de 2012

O Homem que Mudou o Jogo

Moneyball
(2011) 133 min (10 anos)

cinegarimpo
EUA, California - O pequeno time de baseball Oakland Athletics está sempre nas finais dos campeonatos mas costuma perder seus melhores atletas para os times grandes. O gerente geral do time, Billy Beane, sabe que o importante é vencer o último jogo da temporada, mas o Oakland A tem um dos mais baixos orçamentos no esporte. Com a ajuda de Peter Brand, um jovem economista formado em Yale, Billy contrata uma equipe de baixo custo, baseando-se nas análises e teorias de George William “Bill” James. Treinador, comissão técnica e olheiros não compreendem essa visão do jogo que envolve planilhas e estatísticas de desempenho dos jogadores. Mas a decisão cabe a Beane. 

No passado Billy Beane foi um atleta promissor, que se profissionalizou logo ao sair do ensino médio, desistindo da bolsa de estudos numa ótima universidade. Os olheiros apostaram que ele faria uma grande carreira no baseball. Só que essa previsão não se realizou e ele teve um desempenho medíocre no esporte, apesar de suas habilidades. Billy decide virar a mesa e desiste dos jogadores caros e compra "corridas", ou seja, escolhe atletas rejeitados pelos grandes clubes mas capazes de impulsionar as corridas no jogo.

Por mais que assista filmes sobre baseball, o jogo permanece uma incógnita para mim. Confesso que tenho especial má vontade com esse esporte, mas gosto bastante do Brad Pitt e do simpático Jonah Hill, e por isso aluguei o DVD. A presença de Philip Seymour Hoffman foi uma grata surpresa, pena ele aparecer tão pouco no filme. O Homem que Mudou o Jogo baseia-se numa história real. Gostei da idéia de unir atletas rejeitados, subestimados no esporte, e fazê-los render no time. É bonito. Continuo sem entender nada de baseball mas olho com carinho o time da Califórnia.

Diretor: Bennett Miller
Roteiro: Steven Zaillian e Aaron Sorkin, baseado no livro de Michael Lewis Moneyball: The Art of Winning an Unfair Game
Musica: Mychael Danna
Fotografia: Wally Pfister
Elenco: Brad Pitt, Jonah Hill, Robin Wright, Philip Seymour Hoffman, Chris Pratt, Stephen Bishop, Reed Diamond, Kerris Dorsey, Reed Thompson
Distribuidora: Sony

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Shame

Shame *
(2011) 101 min (16 anos)
Nós não somos pessoas más. Só viemos de um lugar ruim

EUA - Deitado entre macios lençóis azuis, Brandon contempla o vazio alguns minutos antes de se levantar. Poderia estar organizando mentalmente o seu dia, mas, provavelmente, buscava um motivo para sair da cama. Recusa-se a atender as mensagens insistentes de uma voz feminina ao telefone. Rosto impassível, elegante, boa aparência, vai de metrô até o escritório em Nova Iorque. No vagão observa a jovem atraente que sorri para ele. Observa que é noiva mas isso não é um impedimento para Brandon e ele a segue quando salta na estação, para perdê-la de vista depois. No trabalho descobre que seu computador está com vírus. Ele omite ser o responsável por acessar sites pornográficos. Na verdade Brandon tem no sexo uma válvula de escape para suprir a necessidade de contato e o vazio em sua vida. Seus relacionamentos duram uma noite e envolvem prostitutas ou mulheres que conhece nos bares. 

Essa rotina de sexo, trabalho, sexo, poderia ter durado indefinidamente, mas é destruída com a chegada da frágil Sissy, cuja presença rompe o precário equilíbrio de Brandon, trazendo à tona problemas não resolvidos no passado.

Nem ia colocar Shame neste blog, já que é um filme que eu recomendaria para poucos, mas o rosto desesperado de Brandon, vivido brilhantemente por Michael Fassbender, grudou na minha cabeça. Coloco essa postagem para exorcizar minha memória e fazer justiça ao desempenho emocionante de Michael Fassbender e Carey Mulligan, como Sissy. Uma ótima crítica pode ser lida no blog "Cinema e Argumento", do Matheus Pannebecker.

Diretor: Steve McQueen
Roteiro: Steve McQueen e Abi Morgan
Musica: Harry Escott
Fotografia: Sean Bobbitt
Elenco: Michael Fassbender, Carey Mulligan, Lucy Walters 
Montagem: Joe Walker
Desenhista de Produção: Judy Becker
Direção de Arte: Charles Kulsziski
Distribuidora: Paris Filmes

O Artista

The Artist * *
(2011) 100 min (12 anos) Preto e Branco

EUA, Hollywood - Em 1927, nos dias do cinema mudo, o bem-humorado George Valentin era o artista principal dos estúdios Kinograph. Morava numa luxuosa mansão e vivia confortavelmente, embora isso não satisfizesse a esposa Doris. Adorado pelas fãs, a marca registrada de Valentin nas telas eram o sorriso simpático, o bigodinho fino e a parceria com um cão da raça Jack Russell Terrier. Atencioso com todos, George ajuda uma de suas fãs que almejava o estrelato. Mas o artista rejeita a novidade do som no cinema e cai no ostracismo. Passa a viver numa casinha modesta, onde é acompanhado pelo fiel motorista Clifton e o cão terrier. A bebida e o orgulho impedem Valentin de encontrar novos caminhos.

O Artista é feito à moda dos filmes mudos antigos onde a imagem precisava ser expressiva a ponto de prescindir ao máximo das explicações escritas. A narrativa segue uma ordem cronológica e é mais uma homenagem à história do cinema.  Bons artistas, bela fotografia no formato 4:3 e direção de arte caprichada. Ganhou 5 Oscars, além de 108 outros prêmios. Estou curiosa para saber se meu velho pai gostará deste filme. Ele é um defensor ardoroso do cinema antigo e, sempre que pode, afirma que era muito superior ao atual. Discordo, é claro. Houve filmes excepcionais no passado, mas não ficamos atrás atualmente. Espero que O Artista conte pontos para o meu lado!

Curiosidades:
* A primeira palavra falada no filme é "Corta", enquanto a última é "Ação!"
* O nome George Valentin é uma referência a Rodolfo Valentino, ídolo do cinema mudo que fazia caras e bocas para sugerir as emoções do personagem. A figura de George também inspirou-se no ator Douglas Fairbanks.
Diretor: Michel Hazanavicius
Roteiro: Michel Hazanavicius
Musica: Ludovic Bource
Fotografia: Guillaume Schiffman
Elenco: Jean Dujardin, Bérénice Bejo, John Goodman, James Cromwell, Penelope Ann Miller, Missi Pyle, Malcolm McDowell, Basil Hoffman
Distribuidora: Paris Filmes

segunda-feira, 2 de julho de 2012

O Abrigo

Take Shelter *
(2011) 121 min (12 anos)

EUA, Ohio - Curtis LaForche e Samantha se amam e são os pais de Hannah, uma menina surda. Samantha faz pequenas costuras e Curtis tem um bom trabalho na área de construção civil, com um salário compatível que inclui um ótimo plano de saúde. O casal está aprendendo a lidar com a surdez de Hannah. Os três sentem-se felizes e confiantes numa próxima cirurgia para colocação de um aparelho. Mas o maior medo de quem tem uma vida boa é perde-la.

Recentemente Curtis começou a ter pesadelos angustiantes e visões de tempestades se aproximando pelos amplos espaços do campo. Sem discutir o assunto com a esposa, resolve tomar dinheiro emprestado no banco para ampliar o abrigo contra tornados. Serão as visões de Curtis premonição de uma tragédia ou um surto de doença mental? Sua mãe está internada com esquizofrenia há décadas. Ele procura se tratar e defender as pessoas que ama. Apesar do prévio bom relacionamento, o casal LaForche enfrenta uma crise. Samantha fica zangada por ter sido excluída de decisões importantes. 

O Abrigo constrói lentamente um retrato forte do mergulho na doença mental. Tentando proteger a família do perigo imaginário, Curtis arrisca perder tudo o que ama. Os efeitos visuais são bonitos, convincentes, impressionantes - criam o ambiente sufocante que apavora o protagonista. Mas tão assustadora quanto as tempestades foi a cena do pedido de empréstimo ao gerente. Dever dinheiro aos bancos é uma tragédia real - sei exatamente o que a Samantha sentiu! O Abrigo enfatiza a importância da união da família na superação dos problemas. Michael Shannon e Jessica Chastain têm desempenhos emocionantes como Curtis e Samantha. Quanto à cena final - é um excelente pretexto para conversas depois do filme.

Diretor: Jeff Nichols
Roteiro: Jeff Nichols
Musica: David Wingo
Fotografia: Adam Stone
Elenco: Michael Shannon, Jessica Chastain, Tova Stewart, Shea Whigham, Kathy Baker, Katy Mixon
Distribuidora: Sony Pictures Home
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