Lista de sugestões de filmes interessantes. Cada postagem traz foto, breve sinopse, censura, diretor, distribuidora, elenco, responsáveis pelo roteiro, musica e fotografia. Com o eterno deslumbramento de fã apaixonada, By Star Filmes acredita que o cinema emociona, ensina e é a melhor diversão.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Habemus Papam

Habemus Papam *
(2011) 104 min (Livre)

Italia, Roma - Pela porta da Basílica de São Pedro saem doze funcionários do Vaticano, carregando o caixão de cipreste que contem o corpo do Papa. Os cardeais descem as escadas para prestar suas últimas homenagens. Na praça lotada, mais de 300 mil pessoas vieram se despedir. 

Na sequência, os cardeais passam em procissão, recitando a Ladainha de Todos os Santos (Litania Sanctorum), antes de se fecharem na Capela Sistina para escolher o sucessor de Pedro. Não há candidatos, cada cardeal escreve um nome na cédula. Aos poucos, pensamentos aflitos e orações silenciosas enchem a capela: "Eu, não, meu Senhor, não me escolha", "Não estou à altura", "Tenha misericórdia de mim. Não posso", "Que não seja eu. Que não seja eu".

Em votações sucessivas vão-se restringindo os nomes, e as cédulas já preenchidas são queimadas. Na praça, a multidão observa a fumaça na chaminé. Se não há consenso, a fumaça é preta. Quando finalmente os cardeais se unem em torno de um nome, a fumaça branca sobe aos céus. Os fiéis deliram na praça e esperam alegremente a apresentação do novo Papa! Só que, desta vez, acontece algo inesperado, jamais visto nos 2000 anos de história da Igreja. O cardeal escolhido é tomado de pânico, recusa-se a aparecer no balcão e apresentar-se ao público. O porta-voz do Vaticano chama um psicanalista para conversar com o Papa, na esperança de convencê-lo a assumir o cargo. Tarefa difícil, já que o terapeuta não deve fazer perguntas indiscretas e sequer pode saber o nome do ilustre cliente.

As cenas iniciais são imagens de arquivo da missa solene do funeral de João Paulo II (8/4/2005). Sempre me emociono ao revê-las, mas Nanni Moretti coloca seus cardeais às escuras na Capela Sistina e subitamente muda o tom do filme. Habemus Papam faz sorrir em alguns momentos, embora não se mantenha como comédia até o fim. O diretor e roteirista ri dos jornalistas, dos cardeais, dos atores, dos psicanalistas. Mas o filme de Nanni Moretti começa melhor do que termina. Vale a pena pelo ambiente magnífico, pelas cenas engraçadas, pela atuação agradável do conjunto de cardeais e de um certo guarda-suíço, roliço e guloso, que se faz passar pelo Papa. Sem grandes expectativas há melhor chance de diversão.

Diretor: Nanni Moretti
Roteiro: Nanni Moretti, Francesco Piccolo, Federica Pontremoli
Musica: Franco Piersanti
Fotografia: Alessandro Pesci
Elenco: Nanni Moretti, Michel Piccoli, Renato Scarpa, Jerzy Stuhr, Gianluca Gobbi
Distribuidora: Vinny Filmes

sábado, 26 de maio de 2012

Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres

The Girl with the Dragon Tattoo * *
(2011) 158 min (16 anos- cenas fortes de conteúdo sexual, estupro)

blogdoheu
Suécia - Como todos os anos,  Henrik Vanger recebe uma flor seca emoldurada no dia do seu aniversário. O presente chega sem qualquer cartão. Henrik, ex-presidente das Indústrias Vanger, suspeita que sejam enviadas pela sobrinha Harriet ou por seu assassino. Há 40 anos atrás, quando Harriet estava com 16 anos, desapareceu da ilha em que morava com a família, sem deixar nenhum vestígio. Henrik Vanger contrata o desacreditado jornalista Mikael Blomkvist para descobrir o que teria acontecido com a sobrinha.  Blomkvist está numa fase difícil pois foi processado e condenado a pagar uma indenização milionária a um empresário corrupto.

Para ajudar o jornalista na investigação, o advogado de Henrik sugere Lisbeth Salender como assistente, uma hacker de 23 anos que está sob tutela do Estado. Os dois juntos enfrentarão criaturas sinistras e extremamente perigosas.

Na primeira versão de Os Homens que Não Amavam as Mulheres, foi a interpretação de Michael Nykvist como o  jornalista Mikael Blomkvist que se destacou na minha memória. Na versão atual, me impressionou a atuação de Rooney Mara como Lisbeth Salander. 

womanaroundtown
Surpreendentemente para um remake, a versão do americano David Fincher não deve nada à anterior. Assisti com o mesmo suspense e interesse da primeira vez. Por isso, foi o filme que escolhi para um dia de festejo duplo no By Star: 800ª postagem do blog e 39 anos de um casamento feliz com meu querido Paulo Cesar, companheiro de muitas sessões duplas, desde Teorema, que ele amou e eu detestei, a Drive, que ambos adoramos. Acho que compartilhar o amor ao cinema faz bem ao casamento.

Curiosidade:
* "De acordo com a viúva de Stieg Larsson, Eva Gabrielsson, o escritor teria testemunhado o estupro coletivo de uma jovem, quando era apenas um adolescente de 14 anos. Sentindo-se culpado por não ter ajudado a jovem de alguma forma, o autor, anos mais tarde, viria a exorcizar o sentimento de culpa criando uma personagem que, pelo menos na ficção, realizaria sua justiça (ou vingança, se preferir), além de servir como ferramenta alegórica de denúncia ao machismo e a violência contra a mulher, ainda tão presentes nas sociedades modernas. O nome da jovem que sofreu o abuso testemunhado por Larsson? Lisbeth." (JB) Contribuiçao de Tabibito-san para o By Star.

Diretor: David Fincher (A Rede Social, Seven)
Roteiro: Steven Zaillian, baseado no romance de Stieg Larsson
Musica: Trent Reznor, Atticus Ross
Fotografia: Jeff Cronenweth
Elenco: Mikael Blomkvist, Rooney Mara, Christopher Plummer, Stellan Skarsgard, Robin Wright, Joely Richardson
Distribuidora: Sony Pictures

quarta-feira, 23 de maio de 2012

O Ultimo Dançarino de Mao

Mao's Last Dancer *
(2009) 117 min (10 anos)

China - Niang e Dia eram camponeses muito pobres, que trabalhavam a terra na província de Shandong, durante a época da Revolução Cultural. O unido casal  chegava a passar fome com os 7 filhos homens, mas mantinham um lar alegre, onde as crianças aprenderam o valor do esforço e da esperança. Em 1972, seguindo instruções de madame Mao, oficiais do governo percorrem o país, escolhendo crianças flexíveis para receberem treinamento na escola de balé, em Pequim. Niang fica triste por separar-se de Li Cunxin, seu filho número 6, mas percebe que é uma oportunidade que ele não deve perder.

Li Cunxin estava com 11 anos quando deixou sua família. Na escola de dança a disciplina era severa, os alunos estavam sempre ocupados, praticando 16 horas por dia. O adolescente sentia saudades de casa e era pouco apreciado pelo encarregado dos exercícios. Mas na escola também havia o professor Chan, mais interessado em arte do que em política. Foi graças à orientação de Chan, admirador do balé clássico russo, que Li conseguiu superar uma constituição franzina e desenvolver a sensibilidade, tornando-se um talentoso bailarino. Escolhido pelo diretor do balé de Huston (Ben Stevenson) para um intercâmbio de 3 meses nos Estados Unidos, Li apaixonou-se por uma dançarina americana e pela liberdade, causando um incidente internacional.

Talvez por ter vivido a adolescência na década de 60, desenvolvi verdadeiro horror a controle da arte, da imprensa, e outros autoritarismos exercidos pelas ditaduras de todo tipo, inclusive as que adoram intitular-se "democráticas". Uma das primeiras vítimas destes regimes costuma ser a Verdade. O Último Dançarino de Mao parece ilustrar bem a situação na China à época da Revolução Cultural. O filme me fez lembrar de um outro, delicioso: Balzac e a Costureirinha Chinesa (2002). Imperdível.

Li Cunxin
Curiosidade:
* Os pais do ator Chi Cao, bailarino do Birmingham Royal Ballet, foram professores de balé de Li Cunxin na Academia de Dança de Pequim (Beijing). Foi o próprio Li quem sugeriu o nome de Chi Cao para interpretá-lo como adulto. Como Li adolescente foi escolhido Chengwu Guo, que teve uma história de vida semelhante, separando-se de sua família aos 10 anos. Os dois adquiriram uma base sólida e aprenderam a amar o balé. (the age)

Diretor: Bruce Beresford
Roteiro: Jan Sardi, baseado na autobiografia de Li Cunxin
Musica: Christopher Gordon
Fotografia: Peter James
Elenco: Chi Cao, Bruce Greenwood, Joan Chen, Ferdinand Hoang, Chengwu Guo
Distribuidora: California Filmes

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Orgulho e Preconceito

Pride and Prejudice * * *
(1995) 300 min (Livre) minissérie da BBC

the digital machine
Inglaterra - Dois cavaleiros galopam pelo campo até avistarem uma bela mansão no centro de um amplo gramado. Param suas montarias e avaliam a propriedade. Darcy dá sua aprovação ao amigo Charles Bingley e ambos retornam em disparada. Logo chega às famílias da vizinhança a notícia de que Netherfield Park será ocupada por um homem solteiro com 5.000 libras de renda anual - o que deixa as mães casamenteiras em polvorosa. A senhora Bennet é a mais entusiasmada, pois tem 5 filhas para casar: Jane, Elizabeth, Mary, Kitty e Lydia. A exuberante senhora insiste com o marido para que visite o novo vizinho, mas o senhor Bennet se nega, ele gosta de implicar com a afetada esposa. Das mulheres da família, Bennet só admira as filhas mais velhas, Jane e Lizzy.

Assim que Charles Bingley e Jane se encontram, sentem-se atraídos um pelo outro. São duas naturezas amáveis, simples e bondosas, verdadeiras almas gêmeas.  Mas Darcy tenta afastar o jovem casal porque desaprova a imprudência da senhora Bennet e de suas filhas mais moças. Elizabeth apressa-se em fazer um julgamento desfavorável do jovem aristocrata, ressente-se do seu comportamento altivo e não o perdoa por ter impedido a felicidade da meiga Jane. Acontecimentos imprevistos posteriores levam a moça a reconsiderar sua visão preconceituosa de Darcy. 

Benjamin Whitrow (Mr. Bennett - 1995)
Nessa antiga adaptação do romance mais lido da língua inglesa, há ritmo, entusiasmo e os personagens apresentam-se exatamente da maneira como sempre os imaginei. Apesar dos muitos acertos da outra versão de Orgulho e Preconceito (2005), não consegui aceitar o que Keira Knightley fez com minha heroína favorita. Transformou a reflexiva Elizabeth numa jovem saltitante e espevitada. Donald Sutherland criou um personagem risonho e conciliador que difere muito do Mr. Bennet original. Já Benjamin Whitrow, nessa minissérie da BBC (1995), interpretou um Mr. Bennet mais irônico, um crítico das tolices alheias, como Austen o concebeu. Como última observação: Jane Austen jamais escreveu uma cena da qual participassem apenas homens, pois não era essa sua experiência de vida. A cavalgada inicial na versão de 1995, com Bingley e Darcy, foi uma contribuição audaciosa do roteirista Andrew Davies. No conjunto, essa versão permanece como a mais fiel ao livro de Jane.
Lydia, Lizzie, Jane, Mary, Kitty

Curiosidade:
* Anna Chancellor, que interpreta Miss Bingley, é parente de Jane Austen. Descende diretamente do seu irmão mais velho, Edward Austen. (imdb)

Diretor: Simon Langton
Roteiro: Andrew Davies, baseado no livro de Jane Austen "Orgulho e Preconceito"
Musica: Carl Davis
Fotografia: John Kenway
Elenco: Colin Firth, Jennifer Ehle, Susannah Harker, Julia Sawalha, Alison Steadman, Benjamin Whitrow, Crispin Bonham-Carter, Polly Maberly, Lucy Briers, Anna Chancellor, Adrian Lukis, David Bamber, Lucy Scott, Barbara Leigh-Hunt, Emilia Fox
Distribuidora: Logon

A Princesinha

A Little Princess * *
(1995) 98 min (Livre)

"Eu sou uma princesa. Todas as meninas são. Mesmo que morem em pequenos sótãos. Mesmo que usem trapos, mesmo que não sejam bonitas, espertas ou jovens. Ainda são princesas. Todas nós. Seu pai nunca te disse isso?"

EUA - Até a idade de 10 anos, Sara Crewe viveu com seu pai na India. Quando começa a 1ª Guerra Mundial, o Capitão Crewe sente que é sua obrigação participar na luta, e deixa a filha num luxuoso colégio para meninas em Nova Iorque. Impressionada com a posição e fortuna do militar, a diretora Miss Minchin trata Sara com todas as gentilezas e confortos.

No momento em que cessam os pagamentos das mensalidades, cessam os privilégios, e Sara deixa seu quarto luxuoso para compartilhar o sótão com a órfão Becky. Não se deixando abater pelas novas e desfavoráveis circunstâncias, Sara usa sua imaginação e criatividade para enriquecer a vida das internas.

"A Princesinha" é uma história encantadora, recriada por Alfonso Cuáron num ambiente mágico, onde música e fotografia acrescentam grande beleza. O primeiro filme do talentoso mexicano em Hollywood.

Curiosidades:
* As lojas da rua principal têm o nome de várias pessoas da equipe.

* Os personagens da história de Sara, Principe Rama, sua esposa Sita, e o malvado Ravana, vêm do antigo poema épico hindu "Ramayana".

* Miss Minchin acompanha com a harpa o momento de contar história. A música é o Andantino expressivo (ou segundo), movimento da Sonata em C menor de Giovanni Battista Pescetti (1704-1766), compositor veneziano.

* As gravações foram feitas na Índia e nos EUA (Chicago, Illinois, e nos estúdios da Warner Brothers, na Califórnia)


Diretor: Alfonso Cuarón
Roteiro: Richard LaGravenese & Elizabeth Chandler, baseado no livro de Frances Hodgson Burnett
Música: Patrick Doyle
Fotografia: Emmanuel Lubezki
Elenco: Liesel Matthews, Eleanor Bron, Liam Cunningham, Rusty Schwimmer, Arthur Malet, Vanessa Lee Chester, Errol Sitahal, Heather DeLoach, Taylor Fry, Alison Moir
Distribuidora: Warner Home Video

domingo, 13 de maio de 2012

Histórias Cruzadas

The Help * *
(2011) 146 min (12 anos)

EUA, Mississipi/1962 - Eugenia "Skeeter" Phelan destoa de seu grupo de amigas de infância. Solteira, cabelos naturalmente encaracolados, graduada em jornalismo, consegue seu primeiro emprego no jornal local. O editor a incumbe de responder as perguntas da coluna semanal de assuntos domésticos. Mas Skeeter não sabe nada sobre assuntos do lar e pede permissão à amiga Elizabeth Leefolt para consultar sua experiente empregada Aibileen. Elizabeth concorda, desde que não atrapalhe o serviço da casa. Aibileen Clark também cuida da filha dos Leefolt, a pequena Mae Mobley, a décima sétima criança branca que ajuda a criar carinhosamente. Elizabeth Leefolt tem dificuldade em exercer o papel de mãe. Sua vida é pautada nas opiniões e exemplo de Hilly Holbrook, a orgulhosa, preconceituosa e arrogante locomotiva social da cidade de Jackson. As duas fazem parte do grupo de jovens casadas que se reúne para um jogo de bridge semanal e iniciativas de caridade, como levantar fundos para ajudar as criancinhas africanas. Que ironia!

Na década de 60, as leis do estado do Mississipi eram severas, separando o mundo das "pessoas de cor" do mundo dos "brancos". Nem os livros ultrapassavam esses universos. As publicações não podiam ser trocadas entre as escolas para estudantes negros e as escolas para estudantes brancos. Ademais, toda e qualquer pessoa que publicasse temas escritos a favor da igualdade racial estaria sujeita à prisão. Mesmo assim, Skeeter resolve escrever um livro contando as histórias das mulheres que trabalhavam como domésticas, cozinhando, limpando, criando os filhos dos patrões brancos e suportando todo tipo de preconceito. A primeira a falar é Aibileen, porque as outras têm medo, mas quando começam, difícil é fazê-las parar! Os homens exercem um papel secundário nessa história intimista e feminina. Uma exceção é o pastor Green, que diz coisas importantes, lembrando o papel vital de Martin Luther King na luta pacífica pela igualdade de direitos.

Skeeter, Minnie e Aibileen
Histórias Cruzadas é um filmaço! Dramático e engraçado, bonito visualmente, reconstituição de época impecável, bem dirigido, e brilhantemente interpretado por um grupo de atrizes fascinantes. Viola Davis emociona como Aibileen Clark. Octavia Spencer, que interpreta a engraçada doméstica Minnie, recebeu o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. O filme ganhou outros 45 prêmios, além de ter recebido 56 indicações. (imdb)

Diretor: Tate Taylor
Roteiro: Tate Taylor, baseado no livro de Kathryn Stockett
Musica: Thomas Newman (Entre irmãos, Wall-E, Foi Apenas um Sonho, A Luta pela Esperança)
Fotografia: Stephen Goldblatt (Jogo do Poder, Julie & Julia)
Elenco: Viola Davis, Emma Stone, Bryce Dallas Howard, Octavia Spencer, Sissy Spacek, Jessica Chastain, Ahna O'Reilly, Allison Janney, Anna Camp, Eleanor e Emma Henry, Cicely Tyson (A História de Marva Collins), Mary Steenburgen, David Oyelowo, Chris Lowell, Mike Vogel, Ted Welch, Shane McRae
Distribuidora: Touchstone

Drive

Drive * *
(2011) 100 min (16 anos)

capasdedvd
EUA, Los Angeles - Seja dirigindo carros que capotam, em cenas de ação no cinema, como piloto de corrida, mecânico numa oficina ou motorista de assaltantes em fuga, o morador do apartamento 405 jamais perde a calma. Seu tempo parece outro, mais lento. Demora a responder e, quando o faz, comunica-se em poucas palavras. Mas na hora de agir é veloz e cirurgicamente preciso. Sua rotina não tem imprevistos. Até que ele conhece a família do apartamento 408. A suave Irene e o menino Benício também sorriem mais do que falam; mãe e filho moram sozinhos, parecem desprotegidos. E os três passam momentos agradáveis juntos, antes do marido de Irene sair da penitenciária. Inicialmente um pouco ciumento, Standard aos poucos percebe que pode confiar no vizinho e pede sua ajuda para quitar uma dívida. Tudo deveria ser resolvido rapidamente, mas imprevistos acontecem. E trazem consequências perigosas para os inocentes.

Só ao ler o blog Cultura Intratecal me dei conta da nacionalidade dinamarquesa do diretor Nicolas Winding Refn. O europeu do norte sente-se à vontade nas pausas longas, construindo cenas que se desenvolvem plenamente, tornando quase insuportável a antecipação da violência que se imagina desabará sobre os protagonistas. E a ação chega na medida certa, sem se prolongar além do necessário para causar a impressão desejada pelo diretor. Quando o filme acabou, fiquei estatelada, mirando os créditos e acompanhando a música, me sentindo ainda tensa e certa de que vi um dos melhores filmes de 2011. As cenas de violência não são tão explícitas quanto as de Quentin Tarantino, mas são fortes, preparem-se. No Dia das Mães, é o tipo de filme para agradar mães audazes e seus meninos. 

Ryan Gosling firma-se como ator versátil e convincente, criando um personagem frio, misterioso, cuja fúria eclode em segundos. Carey Mulligan é o seu contraponto, como a serena e meiga Irene. A dupla funciona bem junto e adoraria vê-los como um par romântico normal. A ótima trilha sonora enfatiza o clima meio hipnótico de certas cenas. Drive foi indicado para o Oscar de Edição de Som - o que não posso avaliar quanto aos méritos - isso é assunto para os técnicos na área. Mas tudo o mais merecia ser premiado.

Diretor: Nicolas Winding Refn
Roteiro: Hossein Amini, baseado no livro de James Sallis
Musica: Cliff Martinez
Fotografia: Newton Thomas Sigel
Elenco: Ryan Gosling, Carey Mulligan, Albert Brooks, Ron Perlman, Bryan Cranston, Christina Hendricks
Distribuidora: Imagem Filmes

terça-feira, 8 de maio de 2012

Razão e Sensibilidade

Sense and Sensibility * * *
(2008) 180 min (Livre) minissérie da BBC

historical tapestry
Inglaterra - Com a morte de Henry Dashwood, sua viúva e três filhas precisaram deixar Norland Park, no condado de Sussex. De acordo com as leis da época, apenas os filhos homens podiam herdar as propriedades. Instigado pela esposa Fanny, John Dashwood, filho do primeiro casamento do falecido, apressou-se em tomar posse da imponente mansão. Enquanto isso, Elinor, Marianne e Margaret seguiram a mãe viúva rumo a Devonshire, onde seu primo, Sir John Middleton, ofereceu-lhes um chalé à beira-mar, em troca de um aluguel modesto. 

Os gentis parentes em Devonshire mostram-se interessados em arranjar bons casamentos para as jovens primas. Elinor sentiu-se logo atraída por Edward Ferrars, o irmão mais moço de sua abominável cunhada Fanny. Quanto à impulsiva Marianne, atraiu a atenção de um dos vizinhos: o Coronel Brandon. Para decepção do Coronel, foi com o jovem Willoughby que ela descobriu afinidades. Sincera mas imprudente, deixou-se cortejar pelo sedutor Willoughby, levando todos a pensar que estavam noivos. Marianne é completamente romântica e sentimental. A irmã mais velha, Elinor, mais sensata e realista, procurou se preservar, já que Edward Ferrars parecia retribuir seu afeto mas não se declarava.

Sra. Dashwood e filhas
Pobres mulheres do princípio do século XIX! Um bom casamento era sua única chance de alguma independência e felicidade.

Muitos nomes para decorar? É assim mesmo. Condensar um romance de 50 capítulos em 3 horas dá nisso. Contudo, assistir cada uma das adaptações das obras de Jane Austen é uma aventura deliciosa. Pensa-se que não seria possível igualar ou superar uma versão anterior e eis que um roteiro atualizado e elenco diferente tornam a experiência docemente familiar e renovada. A atual produção está incluída no box O Melhor de Jane Austen, ainda à venda em vários sites da internet. 

the frugal chariot
A cena de abertura é um tanto sensual para estar numa obra da autora. Foi uma contribuição apimentada do roteirista Andrew Davies. Tal ousadia não se repete nas cenas seguintes. As locações são perfeitas. Amei o chalé próximo ao mar, tão rústico e aconchegante. Preferia mil vezes morar lá do que na grandiosa mansão Norland! O elenco de apoio é excelente, tornando os personagens reais e vibrantes. Geração após geração, como se multiplicam os talentos nos palcos britânicos!

Diretor: John Alexander
Roteiro: Andrew Davies, baseado no romance de Jane Austen.
Musica: Martin Phillips
Fotografia: Sean Bobbitt
Elenco: Hattie Morahan, Charity Wakefield, David Morrissey, Janet McTeer, Dominic Cooper, Dan Stevens, Lucy Boynton, Mark Williams, Linda Bassett, Claire Skinner, Mark Gatiss, Rosanna Lavelle, Anna Maddeley
Distribuidora: Logon

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Santo Antonio

Sant'Antonio di Padua
(2002) 106 min (Livre)

eoventolevou
Italia - Fernando Martins de Bulhões Taveira Azevedo nasceu em Lisboa, de família rica, no dia 15 de agosto de 1195. Seus pais queriam que se educasse e por isso foi instruído na escola da igreja local. Esperavam que se tornasse um cavaleiro que defendesse o país nas cruzadas contra os mouros, mas Fernando preferiu ordenar-se sacerdote agostiniano. Posteriormente, impressionado pelo carisma da ordem de São Francisco, pediu para tornar-se um monge franciscano, adotando o nome de Antonio. Dedicou sua vida a servir a Igreja com as palavras. Em apenas 36 anos de vida, fez trabalho missionário e foi defensor apaixonado da justiça, da solidariedade e da paz social. Suas homilías (sermões) eram muito apreciados e compreensíveis também para as pessoas de pouca instrução. É considerado o santo casamenteiro e padroeiro dos pobres. 

Assistindo Santo Antonio entendi que é possível ser religioso sem ser sacerdote. Só os sacerdotes ordenados podem celebrar a Missa e ouvir Confissão. Os monges, ou freiras, que entram para uma ordem religiosa, servem a Deus de outro modo, de acordo com as tarefas a que se dedica sua congregação. Como sacerdote, Santo Antonio foi muito útil aos franciscanos porque podia celebrar a Missa e ajudar na formação dos outros irmãos. 

O filme de Umberto Marino é simples e inclui fatos da juventude do santo que não sei se são verdadeiros, pois não vi confirmados nas poucas biografias que pesquisei. Preferia que o ator escolhido para representá-lo fosse menos bonito, mais expressivo e português como Santo Antonio, mas a produção é agradável e tem bons momentos.

Curiosidade:
* Os seus restos mortais repousam desde 1263 na Basílica de Santo Antônio de Pádua, construída em sua memória logo após a canonização. Quando sua tumba foi aberta para iniciar o processo de translado, sua língua foi encontrada incorrupta, e São Boaventura, presente no ato, disse que o milagre era prova de que sua pregação era inspirada por Deus. E incorrupta está até hoje, em exposição na Capela das Relíquias da Basílica. Foi proclamado Doutor da Igreja pelo papa Pio XII em 16 de janeiro de 1946 e é comemorado no dia 13 de junho.(Wikipedia)

Diretor: Umberto Marino
Roteiro: Alessandra Caneva, Umberto Marino, Fernando Muraca
Musica: Marco Frisina
Fotografia: Roberto Meddi
Elenco: Daniele Liotti, Enrico Brignano, José Sancho, Peppino Mazzotta, Vittoria Puccini, Francesco Stella, Glauco Onorato, Luigi Burruano
Distribuidora: Flashstar

domingo, 6 de maio de 2012

Emma

Emma * * *
(2009) 240 min (Livre) minissérie da BBC

Inglaterra, Highbury - O que acontece com uma criança pequena que perde sua mãe? Jane Fairfax e Frank Weston foram enviados para longe da cidade de Highbury, aos cuidados de outras pessoas em melhores condições de criá-los, já que uma tia empobrecida e um pai viúvo teriam dificuldades em educá-los adequadamente.

A pequena Emma Woodehouse teve melhor sorte. Segunda filha de um homem de posses, ela e sua irmã Isabella puderam permanecer junto a ele quando a mãe faleceu. O sr. Woodehouse providenciou a supervisão amável de Ann Taylor como preceptora das meninas. Elas cresceram, Isabella casou-se com John Knightley e Emma tornou-se a dona da casa. Alegre, inteligente, generosa e rica, reinava em Hartfield, a mansão elegante e acolhedora de seus antepassados.

O aflito senhor Woodehouse sempre imaginava que o pior podia acontecer e detestava alterações em sua rotina. Foi com grande aborrecimento que viu afastarem-se do seu convívio a filha Isabella e, posteriormente, Ann Taylor, que também veio a casar-se. Coube a Emma administrar a casa e os estados de ânimo do pai. No seu tempo livre, a jovem dedicou-se ao papel de casamenteira e julgava perceber as inclinações sentimentais das pessoas ao seu redor. Com tantos afazeres, descuidou-se do próprio coração.

As adaptações de obras clássicas feitas pela BBC têm sempre qualidades, mas umas produções são mais excelentes do que outras. Emma está entre as melhores adaptações já feitas pela emissora. Quase não ganhou 3 estrelinhas por conta de uma atitude de certo personagem, que destoou completamente do universo da escritora inglesa. Acho difícil que a discreta Jane Austen permitisse que um rapaz deitasse a cabeça no colo de uma jovem solteira, que não é sequer sua noiva. Esquecendo esse detalhe, só tenho louvores para a série britânica. Interpretações magníficas de todo o elenco, com destaque para a emocionante Romola Garai (Emma) e Michael Gambon (Mr. Woodehouse), figurinos elegantes, locações belíssimas, lares que refletem a personalidade dos proprietários e música sutil. Um filme imperdível e ótimo presente para as mães que são fãs de Jane Austen. Fnac, Saraiva, Siciliano estão vendendo um box com O Melhor de Jane Austen por R$ 179,90. Submarino vende por R$169,90. O conjunto inclui também as versões da BBC de Orgulho e Preconceito, Persuasão e Razão e Sensibilidade.

Diretor: Jim O'Hanlon
Roteiro: Sandy Welch, baseado no romance de Jane Austen
Musica: Samuel Sim
Fotografia: Adam Suschitzky
Figurinos: Rosalind Ebbutt
Elenco: Romola Garai, Michael Gambon, Jonny Lee Miller, Jodhi May, Louise Dylan, Robert Bathurst, Blake Ritson, Tamsin Greig, Valerie Lilley, Rupert Evans, Laura Pyper, Christina Cole
Distribuidora: Logon

terça-feira, 1 de maio de 2012

Meu País

Meu País *
(2011) 90 min (12 anos)

Brasil  - O construtor Armando Bonelli levanta durante à noite sentindo-se mal. Em seus pensamentos imagina 3 crianças, dois meninos e uma menina, brincando juntos numa praia deserta do litoral  paulista. Armando chama pelo filho Tiago e cai no chão, observado apenas pelo cachorro da família. Sem desconfiar de nada, Tiago se esbaldava numa festa, dançando e bebendo à vontade. Levado ao hospital, Armando não resiste. 

Tiago avisa o irmão mais velho, que mora em Roma há vários anos. Marcos Bonelli está casado com Giulia e é um executivo de confiança na empresa do sogro. Não era sua intenção voltar ao Brasil, especialmente no momento em que a firma italiana está enfrentando negociações importantes. Com a morte do pai seu retorno é imediato. 

Marco reluta em envolver-se com os problemas do irmão e da empresa de construção que herdaram. Além dos negócios, o pai deixou também um segredo do qual o jovem executivo não consegue escapar. Ao aceitar as dificuldades da tarefa que lhe é imposta pelas circunstâncias, sofre uma forte transformação pessoal. Do homem sério e contido, emerge uma pessoa mais afável e em contato com os próprios sentimentos. Percebe-se que até seu relacionamento com a bela e paciente esposa pode melhorar. Quando há aceitação da realidade e a união da família, mesmo do mal pode sair um bem.

Meu País é um filme elegante, delicado, com uma fotografia de fortes contrastes e poucas cores. A produção escolheu locações tão bonitas que dá até vontade de visitar São Paulo. De acordo com o site Memoria Cinematográfica, as gravações foram feitas no litoral norte, na praia da Jureia e na avenida Paulista. Outras cenas levaram a equipe a Roma, Paulínia e Indaiatuba (no luxuoso condomínio Helvetia), de acordo com matéria da Veja SP. Além de português, Meu País também é falado em italiano - com legendas, é claro - naquelas cenas em que atuam Giulia ou seu pai. Um agrado extra para quem está aprendendo a língua mais bela do mundo!

Diretor: André Ristum
Roteiro: Marco Dutra, André Ristum, Octavio Scopelliti
Musica: Patrick de Jongh
Fotografia: Hélcio Alemão Nagamine
Elenco: Rodrigo Santoro, Cauã Reymond, Anita Caprioli, Débora Falabella, Paulo José, Luciano Chirolli, Eduardo Semerjian, Nicola Siri, Stephanie de Jongh
Distribuidora: Imovision

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