Lista de sugestões de filmes interessantes. Cada postagem traz foto, breve sinopse, censura, diretor, distribuidora, elenco, responsáveis pelo roteiro, musica e fotografia. Com o eterno deslumbramento de fã apaixonada, By Star Filmes acredita que o cinema emociona, ensina e é a melhor diversão.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Código de Conduta

Law Abiding Citizen
(2009) 108 min (16 anos)



EUA - Clyde Shelton mora na Filadélfia com a mulher e uma filha pequena. Enquanto a menina faz pulseiras de contas para os pais, o inventor trabalha, soldando uma placa eletrônica. Alguém bate à porta da casa. É o perigo chamando.

O engenheiro testemunha sua família ser destruída com requintes de crueldade. Clyde sobrevive e espera que a justiça seja feita. O que ele não contava era que o promotor Nick Rice fizesse um acordo com um dos criminosos. Rice tem orgulho de seu trabalho e não quer arriscar o índice de 96% de condenações. Em 3 anos o assassino é libertado, graças à delação premiada.

Esposo e pai dedicado, Clyde era um cidadão exemplar, cumpridor da lei, como menciona o título original de "Código de Conduta". Dez anos depois dos assassinatos, ele reaparece como um vingador violento, metódico e implacável.

Não é por acaso que predominam os tons azuis e frios na fotografia do filme. Clyde não espera mais nada da vida, além da punição absoluta dos envolvidos no processo que libertou Clarence Darby. Pagar pelos erros, tudo bem. Tortura e assassinato dos culpados, não, mesmo que o responsável seja um protagonista sofrido e charmoso, como Gerard Butler!

Aliás, com exceção da mencionada cena de abertura, há pouca empatia com qualquer dos personagens. Creio que o roteiro não permitiu, pois o elenco é de gente competente. O filme prende a atenção, mantém o suspense, mas não deixa boa lembrança. A sensação que fica é amarga. Sabor de vingança?

Diretor: F. Gary Gray
Roteiro: Kurt Wimmer
Música: Brian Tyler
Fotografia: Jonathan Sela
Elenco: Gerard Butler, Jamie Foxx, Colm Meaney, Bruce McGill, Viola Davis, Gregory Itzin, Leslie Bibb, Christian Stolte, Annie Corley, Josh Stewart

Bem-Vindo

Welcome * *
(2009) 90 min (12 anos)



“Ele andou 4000 quilômetros para encontrar com ela e agora quer atravessar o Canal da Mancha.
Quando você foi embora nem a rua atravessei para trazer você de volta”


França - Num pequeno apartamento na Inglaterra, a mãe prepara o almoço quando o telefone toca. Ela pede que o filho Mirko atenda. Do outro lado da linha está o amigo Bilal Kayani. O rapaz curdo de 17 anos acaba de chegar à cidade de Calais, de onde pode avistar os "white cliffs of Dover" (penhascos brancos de Dover). O iraquiano andou 3 meses a pé pela Europa até a costa norte da França. Agora só o Canal da Mancha o separa de Mina, a namorada que emigrou para Londres com a família e é irmã de Mirko. Atleta veloz, Bilal tem dois sonhos: casar com Mina e jogar futebol pelo Manchester United, o time do seu coração.

Ante fortes obstáculos, o jovem curdo conta com a ajuda de Simon, um instrutor de natação que está para oficializar o divórcio, depois de alguns anos de separação. Sem filhos seus, o solitário professor de meia idade comove-se com a trajetória do iraquiano. Ele ainda ignora que a pena por ajudar imigrantes ilegais são 5 anos de prisão, além de multa. Mas tal conhecimento não irá detê-lo. Ser capaz de identificar o que dá sentido à vida e lutar pela sua realização, parece simples, mas nem todos conseguimos, e é comum falharmos numa, ou nas duas, etapas. Simon não lutou pelo relacionamento com a esposa Marion e admira-se da perseverança de Bilal.

Esmagado pelo Estado, o indivíduo tem a imprensa como recurso eficiente para revelar suas circunstâncias e interessar as pessoas no seu drama particular. Durante o filme, num vício de espectadora de filmes americanos, eu me perguntava quando Simon ia procurar algum jornalista e resolver toda a situação. Mas o filme é francês e segue uma outra corrente mais lenta, contudo poderosa; e viva a diversidade!

Curiosidades:
* Lioret disse ter amenizado o que encontrou em pesquisas da situação dos imigrantes em Calais e outros lugares.

* Jason Burke, jornalista político e correspondente estrangeiro do jornal inglês The Observer, faz uma análise do filme, comentando o drama dos refugiados. Leia aqui.

Diretor: Philippe Lioret
Roteiro: Olivier Adam, Emmanuel Courcol, Philippe Lioret
Música: Nicola Piovani, Wojciech Kilar, Armand Amar
Fotografia: Laurent Dailland
Elenco: Vincent Lindon, Firat Ayverdi, Audrey Dana, Derya Ayverdi, Murat Subasi, Olivier Rabourdin

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Tempo de Recomeçar

Life as a House *
(2001) 126 min (14 anos)



"Às vezes as coisas acontecem por uma razão. Algo ruim vem para um bem"

EUA - Pela manhã, ao abrir os olhos, Georges Monroe se depara com as águas azuis do mar da Califórnia. É um privilégio. Do alto do penhasco em Orange County, o arquiteto de meia-idade observa a magnífica linha do horizonte de um mundo ao qual não sente pertencer. Estabelecido num condomínio à beira-mar, era de se esperar que morasse bem. Mas a casa de George está em ruínas e os vizinhos reclamam de seu completo descaso com as regras da boa convivência. Divorciado e emocionalmente distante do filho adolescente, Monroe só se relaciona com Guster, um labrador dourado que tem hábitos tão ruins quanto os do seu dono.

Há 20 anos Monroe trabalha num grande escritório de arquitetura construindo maquetes. Outros profissionais usam computadores, mas ele prefere criar os modelos com as próprias mãos. Ao ser demitido, George descobre algumas verdades sobre si mesmo e toma uma importante decisão: refazer o relacionamento com o filho e deixar para ele uma nova casa sobre o penhasco.

O filme não existe à venda nas lojas virtuais brasileiras, mas Guimarães Vídeo ainda guarda um exemplar. Foi com a mesma emoção que revi "Tempo de Recomeçar". Ambientes, música e imagens agradáveis, mais um ótimo elenco, destacando as presenças simpáticas de Kevin Kline e Kristin Scott Thomas. Quem surpreende é o canadense Hayden Christensen. O inexpressivo Anakin Skywalker interpretou um convincente Sam Monroe.

Diretor: Irwin Winkler
Roteiro: Mark Andrus
Música: Mark Isham
Fotografia: Vilmos Szigmond
Elenco: Kevin Kline, Kristin Scott Thomas, Hayden Christensen, Jena Malone, Mary Steenburgen, Scott Bakula, Ian Somerhalder, Jamey Sheridan, Sandra Nelson

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Vigaristas

The Brothers Bloom
(2008) 114 min (14 anos)



"Os irmãos Stephen e Bloom aperfeiçoaram suas vigarices através de anos de trabalho em equipe. Ansioso para se aposentar, Bloom aceita tomar parte em um último grande golpe: entrar na vida de Penelope e elaborar um esquema para levá-la numa viagem ao redor do mundo. A moça é uma solteira entediada de Nova Jersei, única herdeira de uma grande fortuna. Quando Penélope fica viciada nas ilícitas emoções que os trapaceiros lhe proporcionam, a intrincada teia de falsidades que Stephen elaborou começa a se complicar. Bloom se dá conta de que o irmão inventou o golpe mais perigoso de suas vidas." (capa do DVD)

"Vigaristas" é um filme de aventura trivial, com excelente elenco e belo cenário: Montenegro, Sérvia, Romania, República Tcheca. Já conhece a cidade de Praga? Deu vontade de tirar um passaporte para conferir. Não via Maximilian Schell em ação desde "Impacto Profundo" (1998), da diretora Mimi Leder. Foi uma grata surpresa. Mas em termos de vigarice, ainda é melhor rever "Os Falsários".

Curiosidades:
* Rachel Weisz aprendeu a tocar piano, violino, acordeon, banjo, jogar ping-pong, lutar karate, andar de skate e uniciclo para desempenhar o papel de Penélope.

* Stephen, Bloom e Penelope são inspirados em personagens de "Ulysses", de James Joyce (que se inspirou na Odisséia de Homero).

* A citação de Penélope: "A picture is a secret about a secret. The more it tells, the less you know", na verdade é uma citação da famosa fotógrafa americana Diane Arbus (1923-1971).

Diretor: Rian Johnson
Roteiro: Rian Johnson
Música: Nathan Johnson
Fotografia: Steve Yedlin
Elenco: Rachel Weisz, Adrien Brody, Mark Ruffalo, Maximilian Schell, Rinko Kikuchi, Robbie Coltrane, Zachary Gordon, Max Records

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Rastros de Justiça

Five Minutes of Heaven *
(2009) 90 min (14 anos) feito para TV



"No momento em que você se junta ao terror e se filia à organização, ao grupo, sua cabeça se fecha. Nada mais importa. Apenas sua história conta, nunca a história de seus opositores (...) O que a sociedade precisa fazer é evitar que as pessoas cheguem ao ponto de entrar para o grupo. A partir daí é tarde demais. Você fará qualquer coisa. Matará qualquer pessoa do outro lado, porque parece certo. A sociedade perdeu."

Irlanda do Norte, Lurgan, outubro de 1975 - Joe Griffin, católico, tem 12 anos e quer bater seu recorde. Ele chuta a bola contra a parede externa da casa, repetidas vezes. Alistair Little, protestante, entrou para a força paramilitar aos 15. Está com 17 anos quando encontra três companheiros da UVF (Ulster Volunteer Force) num carro roubado.

De posse de uma arma, com máscaras de lã escondendo o rosto, dirigem-se até à casa de número 37, onde Joe ainda joga. Allistair sai do carro, olha para Joe com a bola na mão e, através da janela da sala, atira 5 vezes contra Jim Griffin, 19 anos. Uma das balas acerta o retrato de um gato branco, pendurado na parede. Aprisionado por 12 anos em Maze, Alistair terá tempo para avaliar as consequências de seu ato para a vida de todos. Décadas depois, ele deve reencontrar Joe, por iniciativa de um programa de televisão.

O assassinato de Jim por Alistair faz parte da história da Irlanda do Norte. Quanto ao reencontro de Little com Joe Griffin foi uma interessante criação do roteirista Guy Hibbert. Guy entrevistou os dois separadamente, durante 3 anos. Joe Griffin e Alistair nunca se encontraram na vida real.

"Rastros de Justiça" me pareceu durar 5 minutos, quando na verdade foram 90 minutos de suspense total . O título em português não é nada feliz, pois confunde-se com muitos outros semelhantes. O título original, "Five Minutes of Heaven" (5 minutos no céu), ressalta a curta duração do entusiasmo provocado pela vingança.

Fazem valer o aluguel desta produção britânica uma direção segura, o emocionante desempenho de Liam Neeson e James Nesbitt, como Alistair e Joe adultos, e a reflexão sobre as causas da violência como opção de jovens desorientados. O desejo de pertencer a um grupo, partilhar um objetivo comum e a desconfiança do outro, alimentada por líderes políticos, são algumas das razões apontadas por Alistair Little.

Parece que o circuito completo do aparecimento de uma idéia na mente, até sua expressão no corpo como sentimento, leva 90 segundos. Se não realimentarmos pensamentos de medo, rancor ou melancolia, logo ficamos livres de suas consequências: coração acelerado, suor, palidez, prostração, pernas bambas ou maxilar e punhos contraídos. Contar até 10, respirar fundo, técnicas de controle da raiva, exercícios físicos, oração, entre outras atividades, ajudam a orientar os pensamentos de maneira mais inteligente. Mas, se persistimos nas idéias destrutivas, sofreremos todas as consequências do sequestro emocional. Ódio, culpa e tristeza constantes consomem energia e paralisam. Em primeiro lugar, perdoar liberta a nós mesmos.


Diretor: Oliver Hirschbiegel
Roteiro: Guy Hibbert
Música: David Holmes
Fotografia: Ruairi O'Brien
Elenco: Liam Neeson, James Nesbitt, Mark Davison, Kevin O'Neill, Anamaria Marinca, Richard Dormer, Paula McFetridge

O verdadeiro Allistair Little




"Infelizmente reconciliação e perdão têm sido politizados, então perderam o valor para mim. A única coisa a me dar esperança é trabalhar com pessoas que conhecem o custo humano. Quando alguém que sofreu estende a mão de amizade e perdão para alguém como eu, é difícil não ficar emocionado e inspirado." 


(depoimento de Allistair Little para o Forgiveness Project)


Vale a pena ler a entrevista com Alistair Little na página do Edinburgh Festival

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Adam

Adam *
(2009) 98 min (10 anos)



"Sentir-se amado é importante, mas amar é a necessidade"

EUA - Órfão de mãe aos 8 anos, Adam Raki acaba de perder o pai. Harlan, ex-combatente do Vietnã e desde então amigo de seu pai, é agora seu único apoio em Nova Iorque. Almoçam juntos, conversam sobre a vida e relacionamentos. O jovem é um brilhante engenheiro eletrônico com poucas habilidades sociais. Cria chips para brinquedos animados e nas horas vagas estuda o universo. Sabe muito sobre galáxias, estrelas e planetas e quase nada sobre os sentimentos de outros seres humanos. Adam tem síndrome de Asperger, uma variante de autismo. Ele é capaz de ver, e não perceber, que alguém precisa de ajuda para carregar um objeto pesado.

Sua vizinha Beth também é filha única e sente-se atraída pela sinceridade e candura quase infantil do rapaz. Magoada num relacionamento anterior, Beth valoriza essas qualidades. Sua voz em off faz a narração de abertura do filme, comparando Adam ao pequeno príncipe de Saint Exupery, enquanto ela mesma seria o piloto. No momento a jovem escreve um livro infantil e trabalha numa escola.

A evolução do relacionamento ajuda-os a expandir seus limites pessoais. Sentados frente a frente na sala do confortável apartamento, Adam deve imitar os gestos de Beth, uma forma de desenvolver a atenção para o outro. Juntos observam guaximins no Central Park à noite, compram roupas, treinam respostas e atitudes para uma entrevista de trabalho: É importante olhar o interlocutor nos olhos ou mirar sua testa, a professora ensina. A convivência vai enriquecendo a personalidade de ambos.

"Adam" é um filme encantador. Gostei especialmente do desempenho do inglês Hugh Dancy como Adam e de Amy Irving e Peter Gallagher como pais de Beth. A fotografia é bonita , distinguindo a cinzenta linha do horizonte de Nova Iorque das cores luminosas da California.

Diretor: MaxMayer
Roteiro: MaxMayer
Música: Christopher Lennertz
Fotografia: Seamus Tierney
Elenco: Hugh Dancy, Rose Byrne, Amy Irving, Peter Gallagher, Frankie Faison

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Faces da Verdade

Nothing but the Truth *
(2008) 106 min (16 anos)



"Qual a natureza de um governo quando não tem medo de prestar contas?"

EUA - Quando um político desvia dinheiro dos cofres públicos, se um juiz vende uma sentença, ou um governante mente, e recebe suborno para tomar uma decisão, quem pode detê-los? A imprensa livre garante a democracia. E preservar o sigilo das fontes que fazem as denúncias, é vital para uma sociedade que anseia por liberdade.

A colunista política Rachel Armstrong revela que o presidente americano ignorou o parecer de uma especialista, quandou ordenou um ataque à Venezuela. Mas, por ter revelado a identidade da agente secreta Erica Van Doren, a repórter pode acabar na cadeia. A jornalista tem muito a perder ao proteger a identidade de seu informante. Formada em boas escolas, vestindo-se nas melhores lojas de Washington, leva uma vida feliz ao lado do marido Ray e do filho Timmy, de quem é mãe amorosa e dedicada, apesar do trabalho absorvente no jornal "Capitol Sun-Times".

Segurança nacional ou Primeira Emenda? O elegante e famoso advogado contratado pelo jornal conseguirá manter a repórter fora da cadeia? Será Rachel capaz de defender seus princípios e resistir à pressão do ardiloso promotor? Para complicar sua situação, a filha de Erica Van Doren é colega de classe de Timmy.

Por problemas do distribuidor americano, "Faces da Verdade" teve uma carreira curta nos EUA. Devido ao tema e qualidade de toda produção, merece ser mais divulgado.

Curiosidades:
* O filme inspirou-se no caso da jornalista Judith Miller, repórter do New York Times, que passou 85 dias na prisão por encobrir sua fonte no caso Valerie Plame.

* Na cena de Erica no polígrafo, é um técnico verdadeiro quem aplica o teste. Terminada a cena, ele contou ao diretor Rod Lurie que Vera Farmiga enganou a máquina, ao afirmar que era Erica Van Doren. O polígrafo acreditou.

* A Primeira Emenda da Constituição americana é parte da Declaração de Direitos dos Estados Unidos. Impede o Congresso de infringir seis direitos fundamentais, entre eles o de limitar a liberdade de imprensa.

* De acordo com o crítico Roger Ebert, Matt Dillon interpretou o promotor Patton Dubois como se ele fosse o "mocinho" em vez do antagonista.

Diretor: Rod Lurie
Roteiro: Rod Lurie
Música: Larry Groupé
Fotografia: Alik Sakharov
Elenco: Kate Beckinsale, Vera Farmiga, Matt Dillon, Alan Alda, David Schwimmer, Noah Wyle, Preston Bailey, Angela Bassett, Floyd Abrams, Krysten Bough, Angelica Torn

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

500 Dias com Ela

500 Days of Summer *
(2009) 96 min (12 anos)



EUA, Califórnia - Tom Hansen cria cartões comemorativos, pois não conseguiu trabalho como arquiteto, em Los Angeles. Sua vida tranquila chega ao fim quando conhece a nova assistente de Vance, o chefe do escritório. Summer Finn é bonita, sincera, simpática e inteligente. Tom se apaixona imediatamente e passa a espreitar todas as oportunidades de se fazer notar por Summer. A grande chance aparece no karaokê onde os colegas se reunem para uma confraternização. Eles bebem, cantam, se aproximam. É o início de um tipo de relacionamento. Mas Tom quer um compromisso e Summer não está pronta para se envolver. Filha de pais separados, ela não acredita no Amor.

Um contador indica o dia em que se passa a ação, tendo ao fundo a silhueta da cidade e uma árvore. De acordo com as cores do cenário, fica evidente o estado de espírito do protagonista. E a história salta para frente e para trás, enquanto um Tom deprimido procura descobrir em que momento o relacionamento começou a dar errado. Rachel, sua irmã caçula adolescente, ouve-lhe as confidências e aconselha sabiamente. Essas conversas fugazes, no intervalo de jogos esportivos, foram para mim alguns dos melhores momentos do filme. Assim também o passeio arquitetônico pela cidade e as cenas imaginadas por Tom durante as sessões de cinema e transpostas para a tela, em preto e branco.

Confesso que achei irritante a personagem principal. Antipatizei quase imediatamente com o jeito distante de Zooey Deschanel, adorada pela maioria dos comentaristas deste filme. Mas sua reticência serve perfeitamente à proposta do roteiro de uma Summer misteriosa e, para ser justa, ela canta bem. As músicas da trilha sonora são ótimas e há momentos inspirados, como a festa no apartamento de Summer, quando a imagem se divide em duas. De um lado a expectativa de Tom e, no canto direito, a realidade. Se um casal não compartilha sonhos e sentimentos, tem pouco futuro pela frente.

Diretor: Marc Webb
Roteiro: Scott Neustadter & Michael H. Weber
Música: Mychael Danna, Rob Simonsen
Fotografia: Eric Steelberg
Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Zooey Deschanel, Chloe Moretz, Clark Gregg, Geoffrey Arend, Matthew Gray Gubler, Minka Kelly

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Querido Frankie

Dear Frankie *
(2004) 105 min



Escócia - Frankie tem 9 anos, é surdo e faz leitura de lábios para compreender o que os outros dizem. Mora com a mãe Lizzie e a avó, mas a família está constantemente mudando de cidade. Por que razão Lizzie faz constantes visitas ao correio? O que a avó está sempre procurando nos classificados do jornal?

Para proteger Frankie da verdade sobre sua primeira infância, Lizzie cria um pai fictício, que escreve ao filho longas cartas, contando sua vida de marinheiro a bordo do "Accra", navio onde trabalha. Frankie desenvolve um interesse real pelo mar e criaturas que nele vivem. Através das numerosas cartas, a mãe vai aprofundando mais o conhecimento sobre os sentimentos e idéias do filho.

Na escola, um dos colegas de turma debocha do menino, duvidando que o pai de Frankie venha vê-lo quando o "Accra" aportar na cidade à beira-mar em que vivem agora. Afinal, ele não tem se dado ao trabalho de visitar o menino nesses últimos anos. Lizzie precisa fazer alguma coisa para evitar mais sofrimento ao filho. Como encontrar um pai adequado à última hora?

"Querido Frankie" tem bela fotografia. A diretora Shona Auerbach inspirou-se em pintores escoceses da virada do século XIX-XX (Glasgow Boys e Glasgow Girls), para criar as cores e luzes do filme. O roteiro é ótimo e um elenco impecável se entrega na criação de detalhes, silêncios e troca de olhares. Um filme simples que não se esquece porque emociona. Encontrado em algumas locadoras ou à venda nas Lojas Americanas por R$12,90.
-->


Diretor: Shona Auerbach
Roteiro: Andrea Gibb
Música: Alex Heffes
Fotografia: Shona Auerbach
Elenco: Emily Mortimer, Jack McElhone, Mary Riggans, Sharon Small, Gerard Butler

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Os Anjos da Guerra

Edges of the Lord *
Boze Skrawki

(2001) 98 min (14 anos)



Polônia, 1939 - Num apartamento em Cracóvia, um pai de família israelita exige que o filho de 12 anos aprenda as orações cristãs. Escondido dentro de um saco de batatas, Romek é levado para o interior pelo fazendeiro Gniecio. Sem outra opção, os pais permanecem na cidade, incertos sobre o que o futuro lhes reserva, enquanto os vizinhos são fuzilados ou tomam os trens rumo aos campos de concentração.

Na granja, Romek é recebido pela esposa e 2 filhos do fazendeiro. Vladek, o mais velho, é inicialmente hostil e ciumento. Mas o pequeno Tolo está pronto para fazer amizade. Na propriedade vizinha mora uma família quase tão temível quanto os invasores nazistas. Kluba e seus filhos desrespeitam leis importantes da convivência humana.

É o padre da paróquia local quem zela por todos e prepara as crianças para a primeira comunhão. Participar das aulas de catecismo faz parte do disfarce de Romek. Cada aluno deve escolher 2 apóstolos e estudar sua participação nos Evangelhos. Tolo quer a parte de Jesus, ainda que este seja um papel pesado para um menino representar.

Apesar de alguns nomes famosos entre os protagonistas, "Os Anjos da Guerra" não foi lançado nos cinemas americanos e saiu direto em DVD, no Brasil. Uma pena, pois é um filme feito com emoção e competência que merecia ser mais conhecido. Belos cenários e ótimo elenco.


Diretor:
Yurek Bogayevicz
Roteiro: Yurek Bogayevicz
Música: Jan A. P. Kaczmarek
Fotografia: Pawel Edelman
Elenco: Haley Joel Osment, Willem Dafoe, Liam Hess, Richard Banel, Olaf Lubaszenko, Andrzej Grabowski, Wojciech Smolarz, Olga Frycz, Malgorzata Foremniak, Chiril Vahonin, Stefania Vasko

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Bastardos Inglórios

Inglourious Basterds * *
(2009) 153 min (18 anos)

França, Alemanha, 1941 - Rodeada de árvores e pastos verdes, uma casinha de madeira se destaca. Dentro, o ambiente é simples e acolhedor: um relógio antigo, uma cristaleira onde se exibe a porcelana branca, janelas abertas emoldurando o campo. A fazenda de gado leiteiro parece o paraíso sobre a terra, compondo uma paisagem de faroeste americano. E é o paraíso, mas no interior da França, até que as botas do coronel Hans Landa pisem a grama e entrem no chalé. O oficial da SS interroga Perrier LaPadite, o dono da casa, sobre o paradeiro de uma família de judeus. De um esconderijo, Shosanna Dreyfus a tudo assiste.



Um grupo de 8 guerrilheiros judeus dirige-se à França para matar, de forma violenta, o maior número possível de nazistas. A idéia é disseminar o terror entre as tropas do Terceiro Reich. Liderando os "Basterds", o tenente Aldo Raine incita seus soldados a escalpelar e golpear o inimigo com um bastão.

"Bastardos Inglórios" é um filme violento, não há dúvida. Mas é também uma das poucas obras imperdíveis de 2009, pelas belas imagens, ótimos atores e trilha sonora, diálogos temperados de humor. Tarantino levou mais de 10 anos para terminar o roteiro. O maior destaque no elenco é Christoph Waltz, como o irônico Hans Landa. Tarantino decidira só realizar o filme se encontrasse um ator fluente em alemão, inglês, francês e italiano. Waltz foi a feliz resposta a suas preces e, em poucos minutos, torna-se odioso, engraçado, temido, a nossos olhos. Na vida real, o ator austríaco, premiado nos festivais de Cannes e Chicago, tem um filho que é rabino.

Além de roupas e ambientes elegantemente decorados, como o cinema "Le Gamaar", Tarantino se esmera nos detalhes. Num restaurante, Shosanna-Emanuelle saboreia o mais apetitoso apflestrudel jamais visto nas telas do cinema: uma crosta fina, polvilhada de açúcar de confeiteiro, contem o recheio generoso de maçã e passas, acompanhando uma boa porção de creme chantilly. Que fome!

A trilha sonora usa uma variedade de gêneros musicais, incluindo western spaghetti, algumas músicas de Ennio Morricone, e o tema criado por David Bowie para "Cat People". Na abertura dos créditos toca "The Green Leaves of Summer", uma composição de Dimitri Tiomkin e Paul Francis Webster para o filme de 1960, "O Álamo". (Wikipedia)

Curiosidades:
* O cachimbo que Hans Landa fuma na fazenda de LaPadite é um
Calabash Meerschaum, conhecido como o cachimbo de Sherlock Holmes. O coronel não se considerava um "caçador de judeus", mas um detetive que procurava pessoas.

* "Bastardos Inglórios" foi filmado na Alemanha (Saxônia, Brandemburgo, Berlim) e em Paris.

Christoph Waltz

Diretor: Quentin Tarantino
Roteiro: Quentin Tarantino
Fotografia: Robert Richardson
Elenco: Brad Pitt, Mélanie Laurent, Christoph Waltz, Diane Kruger, Eli Roth, Til Schweiger, Mike Myers, Julie Dreyfus, Rod Taylor, Michael Fassbinder, Daniel Bruhl

Flordelis - Basta uma palavra para mudar

Flordelis - Basta uma palavra para mudar
(2009) 102 min (10 anos)



"Flordelis dos Santos morava na Favela de Jacarezinho, Zona Norte do Rio de Janeiro. Mulher de fibra e coragem, teve prisão decretada, enfrentou de traficantes a juízes. Lutou bravamente para abrigar e cuidar de mais de 40 crianças abandonadas." (capa do DVD)

Instituto Flordelis de Apoio ao Menor
(Ajude esta causa - ligue 21 2701-6617)

Um coração generoso é o principal atributo da carioca Flordelis. Mãe de 3 filhos biológicos, ampliou a maternidade até incluir todos os menores em situação de risco que passaram por sua vida. Começou o trabalho com as crianças da comunidade. Em 1994, abrigou as sobreviventes de uma chacina na Central do Brasil. Depois da morte de um bebê, devolvido aos pais verdadeiros, decidiu fugir com suas crianças, para preservá-las do perigo de medidas judiciais que não visavam o bem dos menores.

A mensagem deste docudrama é seu maior mérito. Apoiada na fé em Deus, a professora evangélica foi socorrida por Betinho e outros que acreditaram nela. Os artistas envolvidos no filme trabalharam gratuitamente, para colaborar com "uma história de coragem, fé, superação e milagre!"



Diretor: Marco Antônio Ferraz, Anderson Corrêa
Roteiro: Ed Nóbrega, Marco Antonio Ferraz
Música: MK Music
Fotografia: Carlos Cerqueira
Elenco: FlordeLis, Reynaldo Gianecchini, Letícia Sabatella, Deborah Secco, Marcelo Antony, Letícia Spiller, Cauã Reimond, Alinne Moraes, Fernanda Machado, Rodrigo Hilbert, Ana Furtado, Isabel Filardis, Patrícia França, Thiago Martins, Sergio Marone, Bruna Marquesine, Thiago Rodrigues, Eduardo Galvão, Pedro Neschiling, Cris Vianna, Erik Marmo, Carolina Oliveira, Julia Matos, Gisele Itie, Raphael Louzada, Roumer Canhaes, Graziela Schimitt, Alexandre Zacchia, Guilherme Berenguer

Mais informações, ou para comprar CD da trilha sonora, visite o site "Flordelis, o filme".

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Dot.com

Dot.com
(2007) 103 min (Livre)


Portugal - Águas Altas é uma pequena aldeia portuguesa que ninguém conhece. Os aldeões sonham com uma estrada para ligá-los ao mundo. Pedro, o engenheiro encarregado, luta contra a burocracia oficial e pouco avançou na construção da via. Para o mundo, Águas Altas só existe na internet, no site criado por Pedro, a partir do computador no Café do Osvaldo.

A vida pacata na aldeia é perturbada quando Pedro recebe uma carta. DRINAM, uma companhia espanhola, quer processar Águas Altas em 500 mil euros, pois já registrou o domínio do nome para sua marca de água mineral. Mas a vila já existe há 800 anos e quer continuar viva na web, mantendo o site aberto. Os aldeões dividem-se em duas facções: os que preferem vender o nome e os que resistem à nova "dominação espanhola". Em instantes, a desconhecida vila ganha espaço na imprensa e recebe emissários do governo português e da multinacional.

"Dot.com" é um filme ligeiro, de belas cores e paisagem sensacional. Todo gravado na cidade de Dornes, às margens do rio Zêzere. A bela cidade tem 800 habitantes, fica a menos de 2h de Lisboa. Cercada de árvores, entre seus montes se espalham construções novas e antigas, todas muito bem conservadas. Destaca-se uma Igreja de torre alta, onde se venera Nossa Senhora do Pranto. Como é belo o interior de Portugal!

Curiosidades:
* Dentro do Café do Osvaldo destaca-se uma viçosa bandeira do Brasil.



Diretor:
Luís Galvão Teles
Roteiro: Suzanne Nagle, Gonçalo Galvão Teles
Música: Guy Farley
Fotografia: Miguel Sales Lopes
Elenco: João Tempera, María Adánez, André Nunes Marco Delgado, Tony Correia, Adriano Luz, Isabel Abreu
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

banner